Os Bastidores da Vitória de Josué na Terra Prometida

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 1 – A santidade acompanha as vitórias do Povo de Deus.

Josué havia sido incumbido pelo Senhor, para introduzir o povo de Deus na terra prometida. Como um dos doze espias enviados por Moisés, Josué já havia colocado os pés na terra que manava Leite e Mel. Ele sabia o que havia naquela terra tão esperada pelo seu povo, e agora, na posição de líder daquela nação, sabia que para entrar naquela terra era necessário atravessar o rio Jordão.

 

Para isso, Josué sabia que dependia da operação e cooperação de Deus e que isso não seria de qualquer modo, sem uma preparação para o agir de Deus em favor de seu povo.

Qual a orientação? Nenhuma outra a não ser aquela descrita em Js 3.5: “santificai-vos, porquê amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de Vós”.

Josué sabia que somente um povo santificado, com um coração purificando, estaria em condições de ser alcançado pelo braço forte do Senhor dos Senhores.

Aquela notícia soou como um brado de vitória, que faria com que o povo viesse a preparar-se para receber aquilo que o Senhor queria lhes dar.

Santificadas, aquelas pessoas estavam preparadas para seguir a Arca da Aliança levada pelos sacerdotes à frente da multidão.

A santificação nos dá condições de contemplar a presença do Senhor mais de perto, permitindo ver por quais caminhos Ele está a nos orientar.

 

2 – O teu caminho óh Deus é de Santidade

Enquanto levavam a Arca diante do povo, a orientação dada por Josué era de que os sacerdotes entrassem Jordão à dentro e haveria de ser que as águas daquele rio se abririam e o fluxo seria interrompido, para que o povo atravessasse a pé para a terra prometida.

A única razão que faria cessar o curso das águas era a presença da Arca da Aliança nas mãos dos sacerdotes. A Arca era a presença do próprio Deus em meio ao seu povo, e nos mostra que quando o Senhor está na frente, é Ele e somente Ele que pode dar ao seu povo a conquista da vitória desejada.

É necessário que o Senhor toque as nossas batalhas. Isso é possível quando Ele é colocado por nos à frente de tudo e com um coração santificado, nós o seguimos, guiados pelos caminhos que ele já nos preparou.

Hb. 12.14 declara que sem Santificação, ninguém verá o Senhor. Este Versículo fala em ver o Senhor face a face, na glória celestial, mas nós também podemos tomá-lo como base para declarar que é somente com um coração santificado, que podemos ver a presença do Senhor nas nossas vidas e nas áreas que almejamos ver algo acontecendo. Tão verdade é esta afirmação, que concorda com o que nos declara Jesus, no Sermão da Montanha, de Mt 5.8 “Bem aventurados os Limpos de coração (aqueles que estão se santificando), porque verão a Deus”, futuramente na glória e agora, juntos de sí, pela presença do Espírito Santo do Senhor.

 

3 – Pisando em terra santa

Após a primeira Vitória, onde o povo havia passado o Jordão a pés enxutos, havia ficado claro a importância da ordem dada ao povo: “Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós”.

As maravilhas aconteceram, Aquelas pessoas, que ouviram de seus pais que o Senhor havia aberto diante deles o mar vermelho, eram agora testemunhas de que do que o Senhor também havia realizado na vida delas.

Quantas vezes ouvimos do que o Senhor fez na vida de outras pessoas, ficamos admirados, mas não nos importa de forma mais forte. Porém, quando nós é que somos os personagens da história e vimos diante de nossos olhos, na mesma própria vida, a maravilha de Deus, podemos então afirmar que o Deus do passado ainda opera hoje em dia. Muitas vezes somos levados a achar que tudo seria diferente, seria melhor, se vivêssemos numa outra época, num outro período espiritual, quer saber de maior avivamento, com outras circunstâncias, no entanto, o Senhor tem um mover e um propósito maravilhoso em todos os tempos ou épocas, incluindo hoje, agora, onde estamos.

Nas não bastava ter entrado na terra prometida. Havia agora a necessidade de se conquistar aquela terra. Mas como? De que forma e por quais meios seria isso possível? O que fazer para alcançar?

Em Js 5.13, encontramos Josué diante deste desafio, com seus olhos levantados a contemplar as muralhas rigorosamente fechadas de Jericó. O Senhor havia lhe falado que ele seria o instrumento que seria usado para fazer o povo herdar a terra prometida. E lá está ele, ao pé de Jericó, quem sabe refletindo quais táticas, como agir, o que fazer. Josué realmente estava em busca de uma direção do Senhor para conquistar Jericó.

O homem e a mulher de Deus, que quer viver de modo que agrada a Deus e para ter a vitória nos seus propósitos, sejam eles pessoais ou na sua obra do Senhor, precisa buscar a direção de Deus. Muitos são os que olham a situação, assim como Josué estava olhando Jericó, mas agem precipitadamente, fora do propósito ou do tempo do Senhor. Outras são os que buscam omitir-se, fugir, mas Josué teve a coragem de encarar Jericó buscando direção para a conquista.

Vimos que a resposta veio: ninguém menos que o príncipe do exército do Senhor, perito em batalhas, e com a espada já desembainhada, pronta para o ataque. Ao ver quem era o ilustre mensageiro, Josué se prostra com o rosto em terra, o adora e exclama: Que diz meu senhor ao seu servo?

Observamos com isso que a resposta do Senhor é alcançada com um coração que não é orgulhoso, mas que reconhecendo a condição de servo, de dependente de um que lhe é maior, espera, como criança, pela orientação e o ensinamento para realizar o próximo passo nessa caminhada.

Prostrado como estava, Josué não ouve logo uma profunda revelação estratégica ou uma palavra profética sobre Jericó. Josué escuta as mesmas palavras que sabia ter ouvido Moisés da parte do Senhor: “Descalça as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que estás é santo”. E Josué fez assim.

Vemos com isso que o mesmo princípio que embasou a travessia do rio Jordão, a santificação, precisava novamente ser manifestada e estar em prática no meio do povo de Deus.

 

4 – A santidade acompanha as vitórias

Da mesma maneira como em santidade havia se aberto o rio Jordão, seria em santidade que o Senhor revelaria as estratégias para a conquista de Jericó.

Quantas são as pessoas que em um primeiro momento de busca a Deus, alcançam uma benção, uma vitória em sua vida, mas que não mais manifestam o desejo de voltar-se ao Senhor, deixando com isso de alcançar nova etapa de vitória em suas vidas.

Observamos também com esse episódio, que Deus está interessado em que sejamos vencedores em seus caminhos. Somente para isso, Ele deseja que estejamos santificados diante dele, para então recebermos a direção que nos levará à conquista.

Novamente a estratégia revelada pelo anjo do Senhor foi de que a Arca da Aliança estivesse à frente do povo ao rodear as muralhas de Jericó.

Pode nos soar estranho, usar uma mesma estratégia, porém trata-se de um princípio divino que quando colocado em prática, dá-nos a abertura das portas que se encontram fechadas.

O que para nós é impossível, quando pela fé é confrontado com a grandeza e o poder de Deus, torna-se pequeno e possível de ser realizado com a ação divina. Josué sabia que se a Arca não estivesse à frente ao rodear a cidade, seria o mesmo que Israel rodeando no deserto durante 40 anos, como na geração anterior.

Quantos exemplos podem ter, de fatos acontecidos conosco ou com pessoas conhecidas, onde constatamos ao fim da história que a razão da vitória não ter sido alcançada foi pelo fato de que o Senhor não foi colocado à frente.

Em não poucos casos. É feito ao contrário. Primeiro busca-se  por todos os meios

alcançar uma determinada coisa, e após conseguir, já cansado e desiludido, vai-se então ao Senhor. Glória a Deus, que recebe, reanima, orienta e dá a vitória. Mas quanto tempo perdido, quantas lágrimas desnecessárias. Bastaria ter primeiro buscado ao Senhor, como declara Jesus ao dizer: “Buscai primeiro o reino de Deus”, a direção, a presença de Deus, e “as demais coisas vos serão acrescentadas”.

Para Josué e o povo, lhes foi acrescentado uma nova vitória, tornada possível porque em santidade a Arca foi novamente posta à frente daquela batalha, da qual o Senhor já lhes havia prometido saírem vitoriosos.

Pr. Roberto Capanema